AULA 09 COMO ASSISTIR UM FILME E APROVEITAR TODO O SEU CONTEÚDO E MENSAGENS

 




A
s pessoas ouvem canções, assistem séries, novelas de tv e filmes.Destes as séries de tv são as mais palatáveis no sentido de serem mais cativantes e agradáveis a longo prazo e passíveis de serem compreendidas mais facilmente ( pelo menos as pessoas acham isso ).

Nós brasileiros, falsamente falantes de uma língua única o português brasileiro, embora no Brasil haja oficialmente cerca de 190 línguas reconhecidas, não nos importamos em ouvir uma canção em língua estrangeira e pagarmos o mico de nem sabermos do que ela se trata.

Os exemplos desastrosos são muitos e patéticos: a conhecida mundialmente canção do falecido compositor, bailarino, ator, coreografo, arranjador, produtor e diretor cinematográfico, a Bilie Jean não trata de assunto nenhum imaginado pelo público ouvinte que certamente não passa nem perto do que a canção trata.

A canção trata de um singular mas comum fato de uma fã com fantasias relacionadas ao seu ídolo após dançar com ele em um salão de dança se imagina grávida e entra na justiça pretendendo não o amor de seu ídolo mas a imaginada paternidade. Parte da letra diz que por quarenta dias e quarenta noites a justiça se posicionou favorável a sua demanda. Em um ritmo contagiante o coro reza: "Bilie jean esta criança não é meu filho".

Claro que os milhões de ouvintes sem domínio mínimo da língua inglesa não passam nem perto da aparente realidade dura e sem graça do tema e da letra da canção.

Que pensar da trilogia e agora demais um filme da  famosa Matrix. Toda a maquinaria, transformações bizarras, ambiente de suspense, e os muitos efeitos especiais que surpreendem a cada momento, preenchendo horas e horas de sequência fílmica não são nem de longe entendidas pelos espectadores mais comuns.

E os exemplos passam por estórias (  com "e" mesmo de story e não history ) mais populares como Titanic com muitas implicações, reflexões e mensagens sérias que também não são nem percebidas pelos espectadores.

Mesmo o grande diretor, John Cameron ser um agnóstico ( que é diferente de um ateu,mas sem confessada crença religiosa) uma das cenas mais reflexivas (deveria  ) é justamente a do momento em que o naufrágio parece ser eminente, um trio de cordas, trẽs músicos começam a executar um hino, uma canção evangélica americana cuja versão em português é "Mais Perto Quer Estar Meu Deus de Ti", enquanto por traz dos músicos passa rapidamente um vulto de um homem muçulmano e ao alado aprece um padre com um livro ou um terço , não me lembro, numa mensagem clara que no momento da morte somente a religião, qualquer que seja, tem respostas, esperança e consolo.

Há no filme Titanic outras mensagem igualmente importantes e arrebatadoras que infelizmente volto a repetir passam desapercebidas e são certamente elas justamente a razão pela qual a história do verdadeiro Titanic foi decidida a ser encenada e filmada  pela terceira vez e com enorme sucesso de crítica, de bilheteria e como autêntica obra de arte.

Um filme não é para se concordar com ele ou discordar-se gratuitamente. Um filme, até alguns bastante medíocres trazem declaradamente a posição, opiniões, crenças e valores que quem o produziu. Não se trata de algo solto e sem rumo, critérios e objetivos.

O que difere uma obra de arte de outra coisa que se pareça com arte é que a arte louvável e reconhecida é complexa, menos direta, sutil e muitas vezes delicada. Pornografia não é arte e nem é uma atuação teatral, é um tosco documentário, com pessoas fazendo coisas e alguém filmando. A sensualidade ou o sexo em um filme verdadeiramente artístico é sugerido.

Votando ao Titanic, é óbvio que as personagens centrais Rose e Jack fizeram sexo, e que antes ou depois a personagem do Jack de delicia e enaltece a beleza da Rose a desenhando ( quem desenha de fato é o diretor e dono do filme John Cameron que é também desenhista e dos bons! ) mas tudo é tão belo tão louvável que nos leva a se pudermos  ter uma experiência semelhante.

Outro exemplo é a canção bela, rebuscada e esquecida do cantor brasileiro Roberto Carlos, "Cavalgada", é um registro de uma noite entre dois amantes no melhor sexo feito entre um homem e uma mulher: "Vou cavalgar por toda noite em uma estrada colorida, usar os meus beijos como açoite e minha mão mais atrevida" continuando a letra entre sutis descrições e declarações de amor arrebatador que toda mulher desejaria ouvir e vivenciar e todo homem ter a criatividade de dizer e agir.

Muitos são os bons e excelente s exemplos até de filmes bons e menos badalados pela "crítica profissional e prostituta " das mídias correlatas. "Inferno em Volcano" trata de uma cidade contemporânea cujo vulcão próximo, hipoteticamente romperá a lava destruidora arrasando toda a cidade e sua população.

A saída na trama é desviar via explosões o rio de lava da cidade. Uma cena de cerca de um minuto vale ser destacada: após o clímax e a solução da situação problema, um protagonista do ação, segura um menino de quatro ou cinco anos nos braços enquanto a câmera mostra as pessoas alegres festejando o livramento de todos, aparecendo brancos, negros, ruivos, loiros, pessoas de toda ss idades enquanto o ator principal pergunta ao garoto: "- O que você vê?" enquanto a cinzas resultantes da erupção vulcânica cobre a todos igualmente com uma camada absolutamente cinza.

A pergunta é imediatamente repetida enquanto cai uma chuva ácida lavando no rosto das pessoas toda a cinza e revelando as suas diferenças étnicas  e físicas. "-E o que você vê agora?" novamente dirigida ao menino em seus braços. A resposta: "-Vejo todos iguais!"

A mensagem impactante, arrebatadora, e absolutamente exemplar é que ao mesmo tempo que somos todos iguais, somos ao mesmo tempo singulares e diferentes, uma verdade se não constatada em absoluto deve ser compreendida via tão boa lembrança e esclarecimento. Assim também  a lista de fimes memoráveis com lições importantes ou pelo menos provocações é muito grande e portanto passíveis de serem assistidos por pessoas inteligentes e de bom gosto. As vezes uma única fala ou ênfase vale todo o filme como "é preferível não ter fé e uma vez tê-la do que tê-la e perdê-la."

Eu sempre digo nas minhas aulas sobre cinema que um filme é uma perodução artística muito trabalhosa, certamente por certo aspecto a mais trabalhosa não fisicamente somente mas dinamicamente, ó passível de ser superado pela arquitetura mesmo porque na arquitetura há muito trabalho material que ua vez realizado fica pronto e só há um modo de ser feito e pronto. 

Como o cinema é a união da literatura, da dramaturgia e do ilusionismo circense trata-se de uma arte colaborativa, bem diferente da pintura e do desenho que podem ser naturalmente feito, executados por uma única pessoa até a música limitadamente pode ser feita solitariamente já o cinema não.

Por esta trabalhareira toda, em vã consciência ninguém vai fazer um filme para não alcançar nenhum objetivo pré-estabelecido. Que faz um filme sabe o que tem a dizer e o que vai dizer e a quem. Este autor, este cineasta quer mudar alguma coisa nas pessoas, mas massas, mais do que pregadores religiosos tentam ou mais que governos e legisladores. 

É importantíssimo que você entenda isto. Ninguém faz um filme gratuita e inocentemente ( talvez os horríveis cineastas brasileiros nos tempos horrorosos dos Trapalhões e dos fillmes da Xuxa, mas certamente esles queriam muito e conseguiram, ganhar dinheiro, muito dinheiro! ).

Que sempre alcançam totalmente estes obetivos? não totalmente mas certamente sempre parcialmente e mai do que desejável, pois atingem u enorme contigente de pessoas supostamente pensantes na sociedade e muito jovens acéfalos em termos de comportamento.

Logo quando um filme importante, supostamente bem feito, é produzido ele mexerá com muitas mentes e incitará um novo ( ou velho ) comportamento nas pessoas. Na verdade na maioria dos casos não será exatamete novo mas algo daquilo que se chama "inconsciente histórico", algo antigo que volta de tempos em tempos com cara de algo novo como a "Terra Plana", "Objetos Voadores Não Identificados", "Vida Extraterrestre", "Evolução Humana", "Espiritualidade", e por aí se vai... amoralidade, moralidade, imoralidade ( não nesta ordem exatamente ).

Finalmente nunca é algo novo, nunca novo supostamente, pois o novo desta maneira, não é atraente, o novo no cinema é algo com um pé no antigo, no antiquíssimo, com roupagem nova com uma pitada ou outra de atualidade e quiça futurismo. Mas guarde isso não é algo que se despreze pois nos prende pela beleza, pelo entretenimento e pelo mais importante: não nos faz sentir rewsponsáveis por termos uma ou outra opinião. Aparentemente se desfaz quando o deixamos como entretimento e voltamos literalmente contaminados para o bem oi para o mal para o mundo real de cada um de nós e de cada dia.

Bem ainda finalmente, ao assistir qualquer filme leia aquilo que ninguém lê: nomes dos produtores ou produtor, roteirista ou roteiristas, se é baseado em alguma "novel" o que é um livro de alguém, fatos reais, se é um docuumentário ou um aviso de que é uma ficção ou se não é mas os nomes, lugares e pessoas foram intencionalmente trocados. 


Preste atenção no título original, normalmente em inglês e o traduzido ( que não significa estar "errado" mas apenas que é sempre "outro" por razões linguísticas e culturais ) e ainda lembrar que todo filme, toda narrativa segue modelos rígidos, historicamente tradicionais e aceitos como introdução, desenvolvimento e conclusão desta maneira desprezando muita coisa menos importante. 


Lembre-se ainda que a construção das diversas personagens e como eles interagem, são mais ou enos importantes, como perdem, como ganham, morrem e sobrevivem também seguem modelos rígidos tanto na literatura ou no cinema.







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