A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA E ARTÍSTICA DA MONA LISA E ALGUNS DE SEUS IMAGINADOS MISTÉRIOS: MONA LISA A PRIMEIRA PINTURA 3D DA HISTÓRIA
Sempre alguém pergunta eventualmente o porquê da importância histórica e artística da famosa Mona Lisa do celebrado pintor Leonardo da Vinci. O fato é que longe da dificuldade ou mesmo da impossibilidade técnica de se pintar retrato equivalente, o que não é de forma nenhuma uma verdade, o seu valor incalculável e pouco superável reside no fato de ser produzida no gênero retrato como se fosse um instantâneo ( como a fotografia chegou a se chamar no auge do seu desenvolvimento enquanto acetato, filme) e não como uma pintura, um retrato idealizado.
A importância do retrato ou a maneira de se registrar e preservar uma aparência, no caso de um ser humano, vem desde a modelagem, pequenas estátuas de argila e ou de terra cota, até as esculturas em pedra de diversos tipos e as esculturas fundidas ou arquitetonicamente construídas.
O retrato sob um plano, em duas dimensões simulando a tridimensionalidade se desenvolveu posteriormente e lentamente a partir de baixo e alto relevos. A Mona Lisa pintada em 1503 em plena renascença é um marco no registro de uma pessoa em um instante.
O retrato sob um plano, em duas dimensões simulando a tridimensionalidade se desenvolveu posteriormente e lentamente a partir de baixo e alto relevos. A Mona Lisa pintada em 1503 em plena renascença é um marco no registro de uma pessoa em um instante.
Sabemos que era jovem ( somente pela pintura ) relativamente gordinha, pelos padrões de hoje e de acordo com a cultura da época, da relação entre homens e mulheres, época em que homens desposavam mulheres bem jovens e aparentemente prontas a lhes dar descendentes. Não usava no momento nenhuma maquiagem ou acessórios e suas roupas indicavam não ser verão mas uma outra estação, inverno ou no máximo outono.
[Se pode até achar que o sorriso enigmático de Lisa del Giocondo (o nome da mulher no retrato) é a causa de a pintura ser uma das mais famosas do mundo. A obra de Leonardo da Vinci foi tema de diversas pesquisas, teorias e estudos em todo o mundo. Porém, é provável que o reconhecimento da Mona Lisa seja por conta dos contratempos em torno do quadro.
Em 22 de agosto de 1911, cerca de 400 anos após ser pintada por da Vinci, a Mona Lisa foi roubada do Museu do Louvre.
Muitas pessoas, incluindo o pintor espanhol Pablo Picasso (que não era tão famoso naquela época) e o poeta francês Guillaume Apollinaire, foram presas e/ou interrogadas sob suspeita do crime. Claro que os dois foram soltos quando não houve provas contra eles. O quadro apareceu tempos depois na Itália, e voltou para Paris, onde “mora” até hoje. A história virou filme: “Picasso e o Roubo da Monalisa”.
Em 1956, a parte inferior da pintura foi danificada quando um vândalo jogou ácido. O processo de restauração foi demorado e trabalhoso. Em 30 de dezembro do mesmo ano, um jovem boliviano chamado Ugo Ungaza Villegas atirou uma pedra no quadro, o que resultou na perda de uma partícula de pigmento. O dano depois foi repintado.
La Gioconda também foi satirizada por Marcel Duchamp, um pintor, escultor e poeta francês. L.H.O.O.Q. é o nome de uma das obras do artista dadaísta. La Gioconda aparece na obra de barba e bigode.
A sigla, lida em francês, parece dizer “Elle a chaud au cul”, que em português seria “Ela tem fogo no rabo”. Literalmente, o quadro mostra ela com fogo no rabo.
Reprodução
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Embora a obra seja, de fato, um grande feito, é possível que o reconhecimento tenha acontecido por conta da divulgação. “Uma obra de arte também pode se tornar famosa por ser muito falada e divulgada. Nada muito diferente do que ocorre hoje no culto às celebridades”, conta Fernando José Amed, coordenador da pós-graduação em História da Arte do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.]
A 1ª imagem 3D da história é a Mona Lisa / Pesquisadores defendem que foi sem querer.
Ela é a obra de arte mais famosa do mundo, mas também pode carregar um novo título: o de primeira obra de arte 3D de todos os tempos. Quem defende a hipótese é a dupla de pesquisadores Claus-Christian Carbon e Vera M. Hasslinger.A possibilidade surgiu a partir da análise em profundidade e comparação lado-a-lado entre o quadro de Leonardo da Vinci abrigado pelo Museu do Louvre e sua versão menos importante, do Museu do Prado, na Espanha, comumente atribuída a um copista. De acordo com a dupla, o efeito tridimensional pode ter sido alcançado ocasionalmente. A versão espanhola da Gioconda, defendem, teria sido pintada por um aprendiz de da Vinci no mesmo local e momento em que a obra principal foi feita, mas de pontos de vista ligeiramente diferentes.
Esse espaço acabaria criando, então, o efeito estereoscópico do 3D, similar ao da visão humana. Carbon e Hasslinger sobrepuseram as duas pinturas usando canais de cor diferentes - ciano e magenta - e chegaram a uma imagem similar àquelas produzidas para serem vistas com óculos 3D de duas cores. Leonardo da Vinci era, de fato, um gênio!
Mona Lisa (Foto: divulgação / cortesia Claus-Christian Carbon e Vera M. Hasslinger)
Mona Lisa (Foto: divulgação / cortesia Claus-Christian Carbon e Vera M. Hasslinger)
Mona Lisa (Foto: divulgação / cortesia Claus-Christian Carbon e Vera M. Hasslinger)
Mona Lisa (Foto: divulgação / cortesia Claus-Christian Carbon e Vera M. Hasslinger)
Outras suposições:
Após passar uma década estudando a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, o cientista Pascal Cotte fez uma grande "descoberta": atrás da musa da pintura estaria escondido o retrato de uma outra mulher. A afirmação pegou os especialistas em história da arte de surpresa – e gerou uma certa desconfiança.
O cientista conseguiu a permissão do Museu do Louvre para ter acesso à pintura em 2004 e, segundo o site da BBC, utilizou o "método de amplificação de camadas" para analisar a Mona Lisa. Trata-se de uma técnica que ele mesmo desenvolveu e que joga várias luzes na tela e, por meio das medidas dos reflexos delas, é possível reconstituir o que há entre as camadas de tinta. "A partir disso, conseguimos reconstruir a cronologia da criação da pintura", afirmou o cientista.
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Com a coleta desses dados, Cotte foi capaz de reconstruir várias camadas que supostamente estariam abaixo da pintura.
O resultado mostra uma mulher diferente da do retrato icônico: ela olha para o lado, tem rosto mais fino, nariz, mãos e lábios menores e não sorri.
"Os resultados acabam com muitos mitos e alteram a nossa visão da obra de arte de da Vinci para sempre", disse Cotte. "Quando terminei a reconstrução de Lisa Gherardini, eu estava em frente de um retrato e ela é totalmente diferente da Mona Lisa que conhecemos.
Essa não é a mesma mulher."
Os especialistas em história da arte receberam a novidade com muitos pés atrás. Will Gompertz, editor de arte da BBC, por exemplo, afirmou ser cético em relação à suposta descoberta. "É tão comum um artista pintar por cima de uma imagem quanto é para um cliente pedir que o artista faça alterações. Não me surpreendem essas mudanças", afirmou.
O Sorrido da Mona Lisa... há algum mistério ou apenas uma pueril suposição?
O Sorrido da Mona Lisa... há algum mistério ou apenas uma pueril suposição?
O mistério do sorriso da Mona Lisa despertou o interesse de artistas, críticos e pesquisadores durante séculos. Mas o que esconde essa mulher por trás de sua expressão enigmática? Os especialistas Alessandro Soranzo e Michelle Newberry encontraram a resposta, e foi graças ao sorriso de outra mulher.
Analisando o quadro ” A Bela Princesa”, também de Leonardo da Vinci, eles descobriram que ambos foram feitos com uma técnica conhecida como sfumato, um método causa efeitos óticos surpreendentes, como se a imagem mudasse conforme a variação do ângulo ou da distância em que é observada.Através do sfumato, centrado na área da boca das modelos, o gênio pictórico dava aos seus quadros a ilusão do movimento, causando uma sensação intrigante e levemente perturbadora no observador.
No estudo, publicado pela revista Vision Research, os especialistas mostraram esses dois quadros e “Retrato de uma Menina”, de Piero del Pollaiuolo, para um grupo de pessoas atentas. As pinturas foram observadas de distâncias e ângulos diferentes, com variação também no nível de nitidez.
Tanto no caso da Mona Lisa como no de “A Bela Princesa”, os voluntários viam o sorriso com mais clareza quando a imagem estava mais desfocada ou quando se afastavam dela. Curiosamente, isso não acontecia quando o objeto de análise era o quadro de outro autor.
O experimento nos permite confirmar o que as criações de grandes mestres como Leonardo da Vinci nos ensinam: o fascinante de uma verdadeira obra de arte não está no óbvio, mas no que ela oculta.
FONTE: seuhistory.com
Por Helvécio S. Pereira*
* graduado em Desenho, Plástica e História da Arte / Pedagogo
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