A MÚSICA ( CONTINUAÇÃO – PARTE II )
A Música como fenômeno humano, como manifestação social, fazendo
parte das relações entre as pessoas nos seus grupos surge com a
humanidade, entretanto a Música como é produzida e consumida
contemporaneamente é um fenômeno diferente.
Com a
invenção das primeiras tecnologias de registro do som e seu
aprimoramento tecnológico passando do analógico para o digital, uma
indústria nasce, se aperfeiçoa e passa a produzir, distribuir e
vender música como um produto. Esta música produzida tem
primariamente a função de vender suporte, antes o vinil depois as
fitas cassetes, passando para o CD, e finalmente nos provedores de
música. Ou seja a indústria da música faz, produz a música que
venda e não se preocupa com que influência positiva possa produzir
na sociedade.
Paralelamente há um combate ideológico
ativo que visa reconhecer, referendar, um tipo de música sem
qualidade, sem identidade, sem natural representatividade cultural e
contra o que como música foi construído e desenvolvido
historicamente como produção elevada universal da humanidade.
Logo
a escolha política, social, pessoal é que tipo de música é mais
salutar a uma geração, a uma população e as novas gerações.
Países com inclinação socialista e cujos governos são menos
democráticos conseguem fazer claramente esta escolha censurando um
tipo de música que tais governos cuja orientação ideológica
despreza o casuísmo de uma produção e difusão musical que eles
julguem prejudicial principalmente à juventude.
Alguém pode questionar este tipo de censura ideológica preferindo
que a produção e consumo musicais fiquem a mercê do gosto das
pessoas e cujas consequências sejam as que forem mas o que se vê
como fato é que em países de tradição socialista o ensino, estudo
e gosto por uma música mais elevada é muito maior. Só na China
hoje cerca de trinta milhões de crianças e adolescentes são fãs
de música clássica ou erudita sendo que a China hoje figura como um
dos países que mais contribui com virtuoses para todos os
instrumentos de orquestra, piano, violinos, celos, etc.
Uma
segunda questão não menos importante é que a música de maior
elevação e não o cancioneiro popular se ocupa com temas também
mais elevados e não com pornografia ou temas claramente mais banais
o que na prática uma música mais sofisticada produz resultados
sociais melhores que uma produção musical mais banal.
Algo
menos compreendido é que há uma diferença entre “música” e
“canção”, música é basicamente a melodia e canção é a
união de uma melodia com um poema, uma prosa em que o que é dito
com palavras tem prevalência sobre a própria peça musical.
Música
é um sistema arbitrário criado artificialmente com base na
capacidade natural humana de sentir, de ser sensibilizado por
determinada combinação de sons e é também uma linguagem. Pode-se
dizer até que música é uma língua, que pode ser e deve ser
aprendida tanto para expressar e comunicar algo como para compreensão
de algo. Trata-se basicamente de uma linguagem não verbal
constituída de sons, silêncios, alturas, timbres, mudanças de
dinâmica, com grande complexidade e possibilidades limitadas,
redundantes mas mesmo assim que possibilita uma incontável produção
mesmo com grande possibilidade de repetição e pouca
genialidade.
Deste modo quem domina a linguagem ou língua
musical assemelha-se a uma pessoa que domine mais de um idioma,
semelhante a linguagem de sinais que é considerada também uma
segunda linguagem.
Um outro destaque importante é que a
música mais sofisticada, reconhecida como música mesmo prescinde de
uma inicialização e formação bastante precoce com uma consequente
e obrigatória maturidade prematura pois instrumentistas de
instrumentos de orquestra necessariamente terem formação musical
bastante precoce. O resultado é que se tem crianças apresentando
uma maturidade muito além da média normal das outras crianças
trazendo enormes benefícios para a convivência social.
A quem cabe a escolha?
No caso dos países citados de ideologia socialista, predominou e há ainda casos em que um governo totalitário decide que música será produzida, difundida e ouvida pelos seus cidadãos. Algo semelhante aconteceu no governo militar no Brasil em nome de uma segurança e preservação moral e ética. No Ocidente inclinado a preservar certas liberdades artificialmente cabe às tendências determinarem que tipo de música prevaleça.
Em segundo lugar e sempre, cabe a escolha individual que repertório cada pessoa julgue ser melhor para o seu desenvolvimento e crescimento pessoal ( já que indubitavelmente a música com o que ela carrega e provoca pode proporcionar ou não ). Daí o desejável seria dar as pessoas, especialmente aos jovens, a informação musical necessária para que cada pessoa faça seus julgamentos, escolhas e desfrute do que os compositores produzem para toda a sociedade.
Mas o que a música na
realidade?
A Música é uma manifestação
criativa que induz a emoções, é natural e praticamente impossível
a qualquer pessoa ouvir uma peça musical e não reagir ao que ouve.
No caso da canção ( união entre uma melodia e algo que é dito
verbalmente ) a melodia ou mais complexamente todo o arranjo,
funciona como elemento que facilite a memorização do discurso que é
emitido.
Isto é comprovado na música religiosa, na
música tributo ( hinos nacionais, de agremiações esportivas,
aglutinadoras como sociedades diversas, etc ) cujas melodias apenas
possibilitam e reforçam a memorização de suas letras.
A
forma “musical” mais difundida modernamente é a canção e não
só na atualidade, durante toda a história humana, a forma canção
sempre foi a mais difundida e memorizada pelas pessoas em uma época
em que música só podia ser executada e ouvida ao vivo.
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