A LIBERDADE NA ARTE: A ARTE É REALMENTE LIVRE? AULA 007
Tudo resultado de ampliações irresponsáveis da imprensa e da mídia ignorante ou desonestamente tendenciosa em torno de recentes exposiões "artísticas" bancadas por um grande banco e entidades municipais, a custa do erário público.
Parei na calçada e passei a conversar e argumentar amistosamente com duas jovens saidas das aulas no próprio Palácio das Artes, uma bailarina e uma musicista, chegando logo após um estudante de direito, também jovem interssado no assunto. De repente uma senhora de mais ou menos cinquenta ou sessenta anos grita próximo a nós: " A Arte não o deve ser amordaçada! A Arte é livre! eu sou uma artista!"
Convidada a argumentar no nosso debate longe da balbúrdia, ela se recusa a discutir e eu ao fazê-la uma pergunta cuja resposta desmontaria seu passional argumento ela se retira desesperada bradando mais alto ainda: " Não estou em uma prova! não estou em uma prova!" indo rapidamente embora!
A Arte e artistas são reamente livres? podem dizer, desenhar, cantar, o que realmente querem diante de quem for e contra o que for?
A resposta sóbria, real, é NÃO! Não é livre e o artista não pode agir assim!
E não são necessárias, leis aprovadas em lugar algum ou punições como multas e prisões! o penssar do artista é livre, como o pensar de qualquer ser humano, mas deve haver em pessoas sadias mentalmente dois filtros, o seu próprio "ide" e o filtro socio-cultural da sociedade em que está inserido. Como já disse o grande escritor mineiro radicado à época no Rio de Janeiro, onde faleceu: "Dizer toda a verade é como andar nu"! Todo artista deve ser responsável pelo que expressa na sua Arte e que consequências boas ou más dela resultarão.
A verdadeira Arte não é um exercício irresponsável.
Se viajarmos pelo mundo e voltarmos no tempo em diversas épocas e culturas completamente diferentes entre si, veremos que da tribo à nação mais tecnologicamente desenvolvida e intectualmente mais avançada, há regras não escritas, leis não feitas, referentes ao que dizer, como dizer, a quem dizer e como dizer. Essas regras são universais!
Em todas as cultura há o que é terminantemente proibido de dizer diante ou à crianças; à mulheres, a idosos e às pessoas, indivíduos ou às instituições daquela cultura, nação ou país!
Embora cristãos e judeus comprovadamente pensem algo contrário a fé muçulmana e muçulmanos do mesmo modo, uns desmentindo teologicamente a crença do outro, não é educado, "politicamente correto" gritar essa discordância de forma ofensiva, publicamente, ou fazer piadas desrespeitosas, grosseiras e até pornográficas.
Da mesma forma desaforos contra à família real britânica, contra o presidente chinês ou o príncipe da Arabia Saudita; contra o Papa e contra a Igreja Católica Romana ou à Igreja Mórmom, por exemplo, são caracterizados como desrespeito ostentoso! vale para qualquer instituição religiosa ou crença alheia!
Não se pode então discordar e confrontar nenhuma instituição ou pensamento?
Sim, se pode e se deve! mas em outra categoria e espaço de debate: o debate e argumentação teológica; a investigação e denúncia histórico-científica, etc.
Não cabe ao artista conciente a presunção de se colocar como alguém acima das demais instituições e indivíduos da sociedade.
Infelizmente, artistas têm se colocado nesse papel temerário e patético falsamente impulsionados por uma "liberdade" que nem é tema de debate razoável.
As grandes obras universalmente reconhecidas são trans-religiosas, trans-culturais e trans-ideológicas e se caracterizam por dois elementos aparenteente diamentrais e opostos: universalidade e individualidade.
Turistas ateus se deslumbram com a Capela Cistina, do mesmo modo cristãos não católicos; muçulmanos se maravilham com o momumento do Cristio Redentor, não budistas com o Buda Gigante na China ou com os pagodes, espécie de belos templos religiosos orientais... ou mesmo com monumentos religiosos de religiões e deuses não cridos modernamente, como ruinas de antigos templos gregos e romanos, ou mesmo as famosas Pirâmides do Egito.
Artistas, portanto, ao contrário de ofender, blasfemar, desconstruir valores consagrados pelo tempo e pelas culturas, podem e devem se concentrar e produzir arte que eleve a nossa consciência de humanidade e que acrescente positividade a tudo que penosa e demoradamente conseguimos com muito fardo e desacerto, construirmos.
A crítica, que também pode haver, portanto, deve ser moderada pela responsabilidade de cada um de nós! antevendo os resultados dessa própria crítica!
Professor Helvécio S. Pereira
graduado em Desenho e Plástica e História da Arte pela EBA/UFMG
e Pedagogo pela FAE/UEMG
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